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21 de maio de 2013

Um governo em remodelação permanente 


Conselho Superior , Antena UM

23 de Abril de 2013

 

Este Governo está completamente desnorteado: numas áreas paralisa, noutras esperneia como barata tonta.  As dissensões na coligação governamental  são indisfarçáveis nas sucessivas exigências e críticas  públicas do CDS,  sem qualquer satisfação. 


É constrangedor o casuísmo das medidas inventariadas como possíveis planos A, B ou C, já nem sabemos! Para reagir ao chumbo do tribunal Constitucional, passando pelas soluções improvisadas que logo se vê, ao serem anunciadas, que carecem de qualquer justiça e frequentemente de qualquer viabilidade. 


Estamos agora numa nova fase: o Governo está em remodelação permanente. O mesmo é dizer: em escangalhamento ostensivo. É o que emerge do anúncio da substituição de mais 5 de secretários de Estado.


Uns estarão a ser investigados como gestores públicos por terem ameaçado criminalmente o interesse publico em operações financeiras irresponsáveis, demolidoras para as contas públicas, designadamente nos sectores dos transportes. Outros, porque sim apenas! Visto que o Governo não dá quaisquer explicações, por que é que vão à vida e porque é vêm aí outros assumir pastas governamentais que não se percebe que tenham para elas quaisquer competências ou idoneidade.

 

Confortamo-nos com o pitoresco de ver indigitada para uma pasta governamental, para a Defesa Nacional, uma responsável política do PSD que é recomendada para o lugar por nunca ter tido nada a ver com ... a Defesa Nacional. 


O desnorte é total e não é só um problema comunicacional. 


É de desconsideração total pelos portugueses: vimos há três semanas o Ministro Relvas dar uma conferência de imprensa para dizer que lhe faltava força anímica para continuar do Governo. Há duas semanas, assistimos à posse por parte do Presidente da República de novos Ministros e Secretários de Estado. Em poucos dias, vemos precipitar-se mais uma remodelação de 5 secretários de Estado, sem que o Primeiro-Ministro entenda ter o que quer que seja a explicar.

 

Saiem dois membros do Governo porque desgovernaram dinheiros públicos em operações financeiras de alto risco, mas, parece que ficam outros membros do Governo que recorreram exactamente à mesma metodologia - é o caso da Secretária de Estado do Tesouro. A diferença parece ser que uns já estão a ser criminalmente investigados. E outros, o Primeiro-Ministro esperará que passem pelos pingos da chuva. 


Este Governo que só desgoverna, nunca cuidou de relançar a economia, de investir nas políticas de emprego como saída para a crise. Este é um Governo que alienou e desprezou estupidamente os contributos dos partidos da oposição e dos parceiros sociais e que agora não tem sorte nenhuma, evidentemente, nos apelos patéticos que lança ao PS, sob pressão da Troika - que se recusa a fechar a 7a avaliação sem garantias de cumprimento político.

 

Este é um Governo que nunca soube batalhar por Portugal na Europa. Nesta Europa entregue à desfaçatez submissa de um Presidente da Comissão que ainda ontem veio admitir erros, mas continua incapaz de fazer o que lhe compete, o que é a sua obrigação:  que é interpretar o interesse comum europeu.

 

Numa discussão ontem à noite em Bruxelas sobre a crise e o impacto nos países do sul da Europa, ouvi o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia dizer que acreditava ver já uma luz no fundo do túnel,  graças à renegociação da dívida que a Grécia tinha conseguido, e sublinhando que iria ser preciso mais outra reestruturação da dívida. 


É tempo de Portugal se juntar a outros países do Sul da Europa e dar um murro na mesa europeia: nesta Europa onde a senhora Merkel advoga mais cedências de soberania. É preciso dizer não, e é preciso dizer não sobretudo enquanto a Europa continuar com as mesmas politicas de austeridade destrutiva, sem coesão, sem solidariedade. 


Para isso precisamos de nos ver livres deste desgoverno. Precisamos de um Governo sério, credível, abrangente e representativo.

 

Vamos celebrar o 25 de Abril exigindo voltar a dar a voz ao povo. Exigindo democracia. Exigindo eleições.

 

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